Tarifas dos EUA: Impacto no Setor de Saúde Brasileiro
Entenda como as tarifas dos EUA impactam a saúde no Brasil e veja estratégias para superar os desafios.
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Brafarma Consultoria
4/4/20254 min ler

O cenário global e seus reflexos no setor de saúde
Mudanças nas políticas comerciais de grandes potências frequentemente causam efeitos em cadeia no mundo e o setor da saúde não está imune.
O recente aumento das tarifas de importação nos Estados Unidos (tabela abaixo) tem gerado movimentações relevantes no comércio internacional. O Brasil, como um importante importador de medicamentos e materiais hospitalares, precisa estar atento aos impactos e oportunidades que esse novo cenário oferece. Apesar que até o momento os medicamentos não foram tarifados.
Fonte: White House | USA
Como as tarifas de importação dos EUA afetam o Brasil
Os Estados Unidos desempenham papel central no fornecimento de insumos e tecnologias médicas ao Brasil.
Além disso, suas políticas comerciais influenciam decisões estratégicas de fabricantes globais. Quando o mercado americano se torna menos atrativo por conta das tarifas, toda a cadeia global se adapta gerando efeitos positivos e negativos para países como o Brasil.
Panorama atual das tarifas aplicadas pelos Estados Unidos
Recentemente, os EUA elevaram tarifas sobre uma ampla gama de produtos, principalmente vindos da Ásia e Europa.
Essas medidas afetam produtos acabados e insumos intermediários usados na produção local. O impacto imediato é o aumento no custo de fabricação nos EUA, o que tende a ser repassado aos parceiros comerciais como o Brasil.
Dependência brasileira de fornecedores norte-americanos
Os EUA são um dos principais fornecedores de insumos médicos ao Brasil. De equipamentos de imagem a medicamentos biotecnológicos, boa parte do que é usado nos hospitais brasileiros tem origem americana.
Isso torna o setor vulnerável a variações de preços e disponibilidade, causadas por mudanças tarifárias.
Aumento de custos e impacto nos preços de insumos
Com tarifas mais altas sobre produtos dos EUA, os custos de diversos insumos importados podem subir significativamente.
Seja porque o item é produzido nos EUA, seja pelo repasse de custos mais altos, o resultado pode ser um aumento expressivo nos preços para os compradores brasileiros.
Efeito cascata sobre insumos intermediários
Os EUA importam muitos insumos intermediários, como APIs (ingredientes farmacêuticos ativos, ou principio ativo para alguns), da Ásia e Europa.
As tarifas sobre esses componentes elevam o custo da produção americana, encarecendo os produtos exportados ao Brasil. Esse efeito cascata pressiona toda a cadeia hospitalar e farmacêutica nacional.
Pressão inflacionária nas operações hospitalares
Hospitais e clínicas operam com margens apertadas. O aumento nos custos de insumos importados pressiona orçamentos, podendo gerar repasses ao consumidor ou cortes em outras áreas.
Essa instabilidade dificulta o planejamento financeiro das instituições de saúde.
Concorrência internacional e riscos à indústria nacional
Com os EUA menos acessíveis, fabricantes estrangeiros buscarão outros mercados e o Brasil pode ser um destino.
Isso aumenta a concorrência no mercado nacional, desafiando fabricantes brasileiros a competir com produtos mais baratos ou tecnologicamente superiores.
Dumping: ameaça ao equilíbrio de mercado
Em busca de escoar estoques, fornecedores estrangeiros podem praticar dumping vendendo a preços abaixo do custo.
Essa prática ameaça a sustentabilidade da indústria nacional e pode gerar desequilíbrios no mercado brasileiro de saúde.
Oportunidade de diversificação de fornecedores
Por outro lado, o cenário pode abrir espaço para o Brasil diversificar sua base de fornecedores.
Empresas que antes priorizavam os EUA podem buscar o mercado brasileiro com ofertas competitivas. Essa mudança pode trazer inovação, novos padrões de qualidade e melhores condições comerciais.
Brasil como destino estratégico de exportações
Fabricantes de países afetados pelas tarifas americanas precisarão redirecionar suas exportações.
O Brasil, com um mercado hospitalar em expansão, pode se posicionar como destino preferencial, ganhando acesso a produtos que antes eram voltados ao mercado norte-americano.
Estratégias para compradores e gestores de suprimentos
Diante desse cenário, a análise macroeconômica e a definição de ações internas se tornam essenciais. Algumas medidas importantes incluem:
Diversificar fornecedores, buscando novos mercados além dos EUA.
Monitorar preços intensamente para responder rapidamente às mudanças.
Fechar contratos de longo prazo com fornecedores estratégicos para estabilidade.
Fortalecer a indústria nacional, reduzindo dependência externa.
Ficar atento ao dumping, protegendo a indústria local de práticas desleais.
Criar parcerias regionais com países vizinhos para reduzir vulnerabilidades.
Adaptar o planejamento financeiro as oscilações nos preços.
Influenciar políticas públicas, buscando incentivos fiscais para produção local.
Capacitar times de compras, preparando-as para lidar com instabilidade comercial.
Essas estratégias não eliminam os impactos externos, mas reduzem seus efeitos e aumentam a resiliência operacional.
Conclusão: transformando risco em vantagem competitiva
O aumento das tarifas de importação nos EUA representa uma ameaça real, mas também uma oportunidade para empresas que souberem reagir com agilidade e visão estratégica.
Adaptar-se, buscar alternativas e antecipar movimentos será essencial para transformar o risco em vantagem competitiva sustentável.
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